terça-feira, agosto 28, 2007

Na blogosfera


Resta-me agradecer à Minda, autora do blogue Infinito's, por distinguir este blogue.
O Olho da Letra, por sua vez, recomenda vivamente a leitura dos blogues que encontram na lista apropriadamente intitulada "Com olhos de ver..."

quarta-feira, agosto 22, 2007

A obsessão segundo Doistoiévski



O Jogador, um dos romances mais conhecidos e importantes de Dostoiévski, a par de Crime e Castigo e de Os Irmãos Karamázov, é apontado, também, como o livro em que o escritor russo mais leva para dentro da ficção a sua própria vida.

O jogo, obsessão que vai tomando conta da personagem principal deste livro, Alexis Ivanovitch, durante a sua permanência na fictícia cidade de Rolemtemburgo, foi também um vício que Dostoiévski viveu. Não é, pois, de estranhar que todo o ambiente das salas de jogo seja descrito com uma proximidade e conhecimento que podemos atribuir tanto ao jogador como ao romancista. A profundidade que Dostoiévski alcança na descrição da psicologia de um jogador é, mais do que impressionante (adjectivo que, no caso, me parece um pouco vazio), claustrofóbica.

Muito embora o vício do jogo seja claramente o centro de todo o romance e o dinheiro pareça ser sempre o ponto que define as relações entre todas as personagens, o amor, tratado como obsessão e como gerador de uma violência latente na iminênica de extravasar, é, neste romance, o contraponto que nos permite entender de que modo o jogo conduz a uma total alienação, bem visível na última conversa entre Mr. Astley e Alexis, que serve, também, de conclusão ao livro.

Apesar de Dostoiévski não ser, por ventura, o tipo de leitura que procuremos em plena silly season, garanto que não vai ser um livro abandonado ao fim de poucas páginas.

Apenas uma palavra em relação à tradução, tendo lido outros livros de Dostoiévski publicados pela Presença e traduzidos por Nina Guerra e Filipe Guerra, directamente do russo, não pude deixar de estranhar um pouco esta tradução de Delfim de Brito (Guimarães Editores). Para quem, como eu, também está habituado às traduções da dupla Nina Guerra e Filipe Guerra, deixo, em baixo, o link para os sites das duas editoras.


Fiódor Dostoiévski, O Jogador, tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra, Editorial Presença.

Fiódor Dostoiévski, O Jogador, tradução de Delfim de Brito, Guimarães Editores.


quinta-feira, agosto 16, 2007

1 Ano!




O Olho da Letra faz hoje um ano.

Muito obrigada a todos os visitantes e leitores e bem-vindos a mais um ano de leituras.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Leituras indispensáveis



Título de um conto de Jorge Luís Borges, “A Biblioteca de Babel” é também o nome atribuído à colecção dedicada à literatura fantástica dirigida pelo escritor argentino. Tendo começado a ser publicada na década de setenta, “A Biblioteca de Babel” acabou por incluir mais de trinta títulos, todos escolhidos e prefaciados por Borges.

Nos últimos meses (julgo que desde Março ou Abril), a editora Presença tem vindo a publicar os livros desta colecção, dando, assim, pela primeira vez, oportunidade aos portugueses de lerem, na sua língua, alguns dos autores caros a Borges.

Já com cinco livros disponíveis nas livrarias, esta é sem dúvida uma colecção a não perder. Para além do evidente valor histórico de termos nas nossas livrarias a colecção editada à mais de trinta anos atrás por Franco Maria Riccci, “A Biblioteca de Babel” tem, a meu ver, a grande qualidade de reunir autores sobejamente conhecidos, como Allan Poe ou Kafka, para dar apenas dois exemplos, e autores esquecidos ou nunca reconhecidos. Trata-se, pois, de uma iniciativa editorial única, a seguir de perto nos próximos tempos.

Como já referi, foram já cinco os volumes de “A Biblioteca de Babel” publicados pela Presença. Aqui ficam os títulos e respectivos autores a procurar numa próxima passagem por uma livraria.

“A Biblioteca de Babel”

1. Gustav Meyrink, O Cardeal Napellus

2. Pedro A. de Alarcón, O Amigo da Morte

3. Giovanni Papini, O Espelho que Foge

4. Henry James, Os Amigos dos Amigos

5. Arthur Machen, A Pirâmide de Fogo