Li hoje que, na cidade da Batalha, se tenta dar um novo impulso à leitura. Transcrevo aqui um excerto da notícia, retirado do Diário Digital:
O projecto, designado «Biblio Clube 24», é da Câmara Municipal da Batalha, apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, e assenta numa máquina tipo Multibanco com capacidade para disponibilizar 170 livros de diferentes tipos, aos portadores de um cartão magnético distribuído gratuitamente pela Biblioteca Municipal.
A principal vantagem deste tipo de iniciativa será, como é óbvio, a possibilidade de poder requisitar um livro a qualquer hora. Assim sendo, o horário de funcionamento das bibliotecas, que muitas vezes coincide com o horário de trabalho dos seus utentes, deixaria de ser um obstáculo à leitura. Isto, claro, não pondo de lado o facto de o número de livros disponíveis através deste sistema ser, naturalmente, mais reduzido do que o acervo que temos à nossa disposição quando visitamos uma biblioteca.
Na sequência de um trabalho que realizei o ano passado, tendo como objectivo tentar caracterizar os hábitos de leitura dos utentes da Biblioteca Municipal de Almada (BMA), tive oportunidade de realizar um pequeno questionário junto dos utentes desta biblioteca e, de facto, o horário de funcionamento da biblioteca (a BMA funciona das 10h às 18h, de terça-feira a sábado) era considerado um dos motivos para a frequência menos assídua da biblioteca. Do mesmo modo, o alargamento do horário de funcionamento era o aspecto mais apontado pelos utentes, quando lhes era perguntado em que aspectos consideravam que a biblioteca poderia melhorar os serviços prestados.
Seria despropositado tentar chegar a alguma conclusão a partir de dados retirados de um estudo tão pequeno e limitado como o meu e que, além do mais, diz respeito a outra cidade e a outra biblioteca. Ainda assim, julgo que será justo afirmar que o horário de funcionamento das bibliotecas poderá realmente impedir a visita de potenciais utentes e leitores. Todavia, outra questão se deve levantar: quantos daqueles que afirmam que não vão mais vezes à biblioteca devido à incompatibilidade de horários irão, de facto, ler graças ao projecto «Biblio Clube 24»? Não podemos esquecer que o livro, apesar dos números relativos à leitura no nosso país, é ainda colocado numa espécie de pedestal enquanto objecto cultural. Ironicamente, esta relação ainda pouco familiar com o livro parece afastar as pessoas do acto de ler, mas aumentar a sua vontade de se afirmarem como leitoras. Por isso, não é de estranhar que haja tendência para arredondar o número de livros que se lê e para exagerar um pouco quando se fala das intenções de leitura. Resta-nos aguardar pelos resultados desta iniciativa, esperando que o balanço seja positivo.
Na sequência de um trabalho que realizei o ano passado, tendo como objectivo tentar caracterizar os hábitos de leitura dos utentes da Biblioteca Municipal de Almada (BMA), tive oportunidade de realizar um pequeno questionário junto dos utentes desta biblioteca e, de facto, o horário de funcionamento da biblioteca (a BMA funciona das 10h às 18h, de terça-feira a sábado) era considerado um dos motivos para a frequência menos assídua da biblioteca. Do mesmo modo, o alargamento do horário de funcionamento era o aspecto mais apontado pelos utentes, quando lhes era perguntado em que aspectos consideravam que a biblioteca poderia melhorar os serviços prestados.
Seria despropositado tentar chegar a alguma conclusão a partir de dados retirados de um estudo tão pequeno e limitado como o meu e que, além do mais, diz respeito a outra cidade e a outra biblioteca. Ainda assim, julgo que será justo afirmar que o horário de funcionamento das bibliotecas poderá realmente impedir a visita de potenciais utentes e leitores. Todavia, outra questão se deve levantar: quantos daqueles que afirmam que não vão mais vezes à biblioteca devido à incompatibilidade de horários irão, de facto, ler graças ao projecto «Biblio Clube 24»? Não podemos esquecer que o livro, apesar dos números relativos à leitura no nosso país, é ainda colocado numa espécie de pedestal enquanto objecto cultural. Ironicamente, esta relação ainda pouco familiar com o livro parece afastar as pessoas do acto de ler, mas aumentar a sua vontade de se afirmarem como leitoras. Por isso, não é de estranhar que haja tendência para arredondar o número de livros que se lê e para exagerar um pouco quando se fala das intenções de leitura. Resta-nos aguardar pelos resultados desta iniciativa, esperando que o balanço seja positivo.
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