a: a novel foi o primeiro livro escrito por Andy Warhol, embora tenha sido publicado apenas em 1968 (a título de curiosidade, alguns meses depois de Valerie Solanas ter tentado matar Warhol), segundo nos informa Victor Brockis, no glossário que encontramos no fim desta edição.
Apesar de ter o livro há algum tempo, agora que o doclisboa vai exibir Andy Warhol: A Documentary Film, no próximo domingo, no cinema S. Jorge, pareceu-me a altura ideal para o ler.
O livro de Warhol, porém, dificilmente poderá ser visto como isso mesmo, um livro. Quer dizer, é, de facto, um livro, no entanto, é, acima de tudo, mais um digno representante da pop art. Nascido de gravações feitas entre 1965 e 1967, o livro documenta fragmentos que, no seu conjunto, formam um retrato da vida daqueles que gravitavam à volta da famosa Factory. Aqui, destacam-se Ondine, o actor de Chelsea Girls, mais uma vez no papel principal, e as conversas em que Lou Reed participou e que andam à volta dos Velvet Underground (não esqueçamos que em 1967 é editado o primeiro álbum da banda, produzido pelo próprio Wahrol) e, obviamente, de drogas (a também é a primeira letra de anfetaminas).
Se se quiserem aventurar na leitura de a podem contar com uma escrita completamente fragmentada, que resulta da transcrição feita por quatro pessoas e sem qualquer tipo de correcção, já que Andy Warhol parece ter gostado do efeito caótico. Aliás, a acção de Warhol sobre a versão em bruto, por assim dizer, destes diálogos, consistiu em tornar o texto ainda mais obscuro.
Fundamental antes de iniciar a leitura de a: a novel é, sem dúvida, ler o glossário de Victor Brockis (biógrafo de Warhol) onde é explicada a génese do livro e onde é incluída a lista de personagens e lugares, devidamente contextualizados, que vão surgindo ao longo destas 451 páginas de pop art com a assinatura de Andy Wahrol.
Andy Warhol, a: a novel, Virgin Books, 2005.
1 comentário:
Obrigada pela visita Aida!
beijinhos***
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