quarta-feira, janeiro 17, 2007

Teatro: livros revisitados

Desde Dezembro que planeio ir ao Teatro Municipal de Almada para assistir à peça Fedra, de Racine, levada à cena pela Companhia de Teatro de Almada. Mas, apesar dos meus planos, acaba sempre por acontecer algum imprevisto que me impede de ir ao teatro.
Enquanto não vou ver a Fedra (e esta semana irei com toda a certeza), tenho-me lembrado de outras peças que já tive oportunidade de ver representadas pela CTA. Houve uma altura (há muito tempo atrás) em que pensava que se fosse ver uma peça ao teatro, seria menos provável que depois lesse o texto em papel. Nessa altura, achava que a melhor maneira de ficar a conhecer uma peça seria lê-la antes a ver num palco.
A ideia é completamente falsa, como me foram provando as minhas idas ao teatro e, particularmente, as minhas idas ao teatro em Almada. Aliás, julgo que não houve peça a que eu fosse assistir ao TMA que não tivesse lido depois. É certo que, enquanto leitores, perdemos a possibilidade de fazer a nossa própria encenação mental. As personagens, os cenários, as roupas, tudo isso deixa de poder ser criado por nós, porque, naturalmente, vamos importar para a nossa leitura a encenação a que previamente assistimos. Mas como podemos considerar isto um aspecto negativo, quando a encenação é, aos nossos olhos, perfeita?
Com o propósito adiado de ir ver a peça de Racine, ultimamente tenho revisitado alguns livros cuja leitura foi motivada, justamente, por ter ido ao teatro. Deixo aqui a referência a três desses livros, que correspondem às encenações que mais me marcaram. Deixo também o link para o site do TMA e da CTA, visitem-no e vejam a programação para esta temporada.

Teresa Rita Lopes, Esse Tal Alguém, 1.ª edição, Campo das Letras, Porto, 2001.

Anton Tchékhov, Três Irmãs, tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra, 1.ª edição, Assírio & Alvim, Lisboa, 1998.

William Shakespeare, O Mercador de Veneza, tradução de Helena Basbas, edição de Extra]muros[ associação cultural para a cidade, s.l., 2002.*


TMA e CTA


* Esta tradução foi feita com o objectivo de o texto ser encenado por Joaquim Benite e representado pelos actores da CTA, como explica a tradutora no início do prefácio a este livro: “A tradução desta peça resultou de um desafio lançado por Joaquim Benite, director da Companhia de Teatro de Almada. Foi uma «encomenda» com a particularidade de permitir encontrar cara a cara as pessoas que iriam encarnar as personagens do papel.” (p.i)

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