quinta-feira, outubro 25, 2007

Pop Art


a: a novel foi o primeiro livro escrito por Andy Warhol, embora tenha sido publicado apenas em 1968 (a título de curiosidade, alguns meses depois de Valerie Solanas ter tentado matar Warhol), segundo nos informa Victor Brockis, no glossário que encontramos no fim desta edição.

Apesar de ter o livro há algum tempo, agora que o doclisboa vai exibir Andy Warhol: A Documentary Film, no próximo domingo, no cinema S. Jorge, pareceu-me a altura ideal para o ler.

O livro de Warhol, porém, dificilmente poderá ser visto como isso mesmo, um livro. Quer dizer, é, de facto, um livro, no entanto, é, acima de tudo, mais um digno representante da pop art. Nascido de gravações feitas entre 1965 e 1967, o livro documenta fragmentos que, no seu conjunto, formam um retrato da vida daqueles que gravitavam à volta da famosa Factory. Aqui, destacam-se Ondine, o actor de Chelsea Girls, mais uma vez no papel principal, e as conversas em que Lou Reed participou e que andam à volta dos Velvet Underground (não esqueçamos que em 1967 é editado o primeiro álbum da banda, produzido pelo próprio Wahrol) e, obviamente, de drogas (a também é a primeira letra de anfetaminas).

Se se quiserem aventurar na leitura de a podem contar com uma escrita completamente fragmentada, que resulta da transcrição feita por quatro pessoas e sem qualquer tipo de correcção, já que Andy Warhol parece ter gostado do efeito caótico. Aliás, a acção de Warhol sobre a versão em bruto, por assim dizer, destes diálogos, consistiu em tornar o texto ainda mais obscuro.

Fundamental antes de iniciar a leitura de a: a novel é, sem dúvida, ler o glossário de Victor Brockis (biógrafo de Warhol) onde é explicada a génese do livro e onde é incluída a lista de personagens e lugares, devidamente contextualizados, que vão surgindo ao longo destas 451 páginas de pop art com a assinatura de Andy Wahrol.

Andy Warhol, a: a novel, Virgin Books, 2005.

sábado, outubro 20, 2007

Sugestão: doclisboa


Amanhã, no pequeno auditório da Culturgest, pelas 14h15, é exibido o documentário Notes on Marie Menken. Fica feita a sugestão (espero que seja uma boa sugestão) e deixo aqui o texto de apresentação do filme, que se encontra no site do Doclisboa 2007.

"Notes on Marie Menken" explora a história quase esquecida de um dos nomes mais importantes do cinema underground americano entre os anos quarenta e sessenta, influenciando realizadores tão conhecidos como Stan Brakhage, Andy Warhol, Jonas Mekas ou Kenneth Anger. Musa inspiradora do romance "Who's Afraid of Virgina Wolf" de Edward Albee, Marie Menken (1909-1970) foi uma figura ímpar da cultura nova-iorquina, tendo realizado dezenas de filmes e participado em várias obras de Andy Warhol. Com música original de John Zorn, o documentário de Martina Kudlácek inclui vários filmes inéditos de Menken, incluindo um "duelo cinematográfico" entre a realizadora e Warhol.

"Nomes com História"



Numa parceria entre os hipermercados Modelo e Continente e a Zero a Oito, empresa especializada em marketing infantil, como se lê na apresentação do seu site, tem vindo a ser publicada uma colecção de livros infantis dedicada a figuras históricas portuguesas: “Nomes com História”.

Desde Viriato até ao Marquês de Pombal, passando por Inês de Castro, cada título está a cargo de um autor e de um ilustrador diferentes, sendo que todos os livros contam com a revisão técnica da Associação de Professores de História.

Para além da narrativa dedicada a uma figura marcante da nossa História, houve ainda o cuidado de incluir em cada livro uma cronologia que ajudará as crianças a compreenderem melhor a época em que a personagem (real) da narrativa que acabaram de ler viveu. Os leitores podem também testar os conhecimentos adquiridos através de cada título respondendo às questões que lhes são colocadas em “Será que sabes?”.

Já foram colocados à venda (em exclusivo no Modelo e Continente, incluindo na loja on-line) todos os volumes, se não estou em erro. Porém, falo só agora da colecção porque estive impacientemente à espera de ver publicado o livro ilustrado por uma vizinha e, sobretudo, amiga do Olho da Letra. Em conjunto com o texto de Ana Oom, as ilustrações da Inês Rosa dão forma e cor a um Infante D. Henrique de ar sonhador, mas cuja determinação lhe valeu o cognome de O Navegador.

Se já visitaram o blogue Tintas aos Montes, conhecem o trabalho da Inês. Agora, podem vê-lo aplicado a algo que lhe é particularmente querido, a literatura infantil. É, pois, com Infante D. Henrique que o trabalho da Inês pode, pela primeira vez, ser apreciado em forma de livro.

Nota: para verem imagens das ilustrações que a Inês fez para este livro, visitem o seu blogue.